Na filosofia oriental, o fim nunca é o fim.
É o portal por onde o novo chega.
Mas para algo novo entrar, é preciso esvaziar.
Silenciar.
Soltar o que insiste em pesar — mesmo que já não faça sentido.
Entre o Natal e o Ano Novo, existe um tempo sem nome.
Um intervalo invisível, que não pertence mais ao ano velho
e ainda não foi tocado pelo novo.
Esse é o momento mais sagrado.
Porque é nele que o corpo fala.
É ali que você pode ouvir o que a rotina abafou:
o cansaço acumulado, os desejos esquecidos, a verdade que ficou de lado.
A sabedoria ancestral nos ensina:
não é preciso correr para recomeçar.
É preciso apenas voltar ao centro.
Respire.
Observe.
O que em você está pronto para partir?
O que ainda pulsa?
E o que deseja renascer?
Fechar um ciclo com presença é um ato de honra.
E o novo ano agradece quando chega sobre um terreno limpo.
